domingo, 11 de setembro de 2011

Sem título

Relógio, substantivo concreto. Augusto de Campos, próprio.Tempo abstrato. Dias longos. Ditongos. Encontros consonantais. Desencontros, dias letais. Reencontro, morfema derivacional. Diariamente, um bom livro. Um, artigo fundamental. Bom, adjetivo universal. Quatro anos, sete no má ximo ou outro vestibular. Eis o tempo estancado pelo numeral. Tu, ele, vós, eles pronomeiem aquela velha alegria por mim, por nós e eu, então, intensamente, sinceramente, serenamente adverbiarei tudo que há de bom por vocês. Estudar, pesquisar, avaliar. Ler para saber viver. Conduzir, concluir, partir e repartir. Verbo que te quero verbo. Conjugação, preferência da nação. Em todos os tempos, de todos os modos, em qualquer número e por qualquer pessoa. Subjuntivo. Se afirmativo fosse, teríamos um mundo mais-que-perfeito. Mas agora o que quero da vida é o essencial e, do mundo, o acidental, porque de + a, com de + o e, de mais a mais, preposicionaremos e combinaremos sempre a essência e os acidentes da língua. Lembrei-me de que tinha contração nervosa nas provas de Lingua Portuguesa. Incoerência. E o tempo passou e passamos com ele. Passando pelos corredores, biblioteca, sala de aula, bosque, xerox ou parando na cantina, jogando palavras fora, passamos, mas sempre construindo, lendo, escrevendo, pensando, estruturando, decompondo, analisando palavras. Fonemas. Frases. Textos. Intertextos. Livros. E nós que passamos pelas Letras, coordenamos e subordinamos o tempo da vida. E não passamos sozinhos.

Agradeço a presença de Guimarães Rosa, Machado de Assis, Graciliano Ramos, Eça de Queiroz, Antônio Cândido, Alfredo Bosi, Mário e Oswald de Andrade, Manuel Bandeira, Calos Drummond, Cesário Verde, Vinícius de Moraes, Ingedore, Anatol e Fernando Pessoa entre tantas outras no meu tempo e espaço.

MARIZA MIGUEL

Nenhum comentário:

Postar um comentário