quarta-feira, 1 de janeiro de 2014

Hoje é dia 1. A chuva decidiu ficar e para nós...deixar, a inspiração. Ele lá toca, canta e compõe, eu aqui: deito, levanto, olho as lâmpadas apagadas, o céu...o céu... cinza. Meu celular não para de apitar, é um pássaro, que veem me atormentar. É o desejo ,mas preciso tenho de evitar.
Lembrei hoje que é janeiro. Janeiro. Um mês frio. Frio de sentimentos frios. Frio de lembranças frias. Frio de beleza fria, a estética é mais fria ainda... Lembro do frio que encontrei quando repousei minha mão sobre a tua. Lembro da distancia que senti quando olhei o frio nos teus olhos. Quando enxergava tempestade.  Quando não escutava mais nada. Só conseguia perceber lentamente movimentos bruscos e desesperados...Até que de repente senti um impacto em minhas costas. Escutei o grito. Me desliguei. Desfaleci.
Desci o elevador da dor, da perda, do meio comum. Um lugar de caos, de fortes emoções. Olhava para trás na esperança de escutar alguns passos de encontro ao meu. Só lembrava do batimento cárdico. Do fantasma que me rondou.


- Enfermeira, faça algo!
- Não posso, temos que aceitar...Ela precisa ir.
Um espasmo, uma hora da noite que entraria pra história. 21:14 - 14/01/201?


Minhas noites são assim: taciturnas. Eu me lembro de nossa história. Dos carinhos, dos afagos, da mão sobre meu rosto. Ficou fácil dizer que sempre quando chove, me vem você...o céu despeja nas nuvens, e eu, despejo sobre meu rosto tudo o que guardo aqui, dentro, no ínfimo.




Hoje sou grande. Tenho quase uma família, e não a tenho. Não tenho. Você se foi e foi tudo juntamente contigo...


BASTA.


.