segunda-feira, 24 de dezembro de 2012

Sem te-la

E agora é tarde,

Agora lembrar de vc, e vê-la encaixada em cada fotografia que tenho dentro de mim já não é mais tão fácil. Olhar no corredor e não ver a luz do teu quarto acessa ou olhar para a porta do banheiro e não enxergar por nenhuma fresta e por nenhum barulho que tinha teu toque, vc. Vc saindo,simplesmente e com seus leves passos entregando ao chão o teu sentido...
Já não olho para os quadros, mas os tenho como sabor. Sabor de degustar teus dias que permanecem vivos aqui, e mortos neles... Olhar para cada um deles, e lembrar da cor, da cor do dia, da cor do momento em que estávamos presentes e lembrar das tuas cores.
Não consigo olhar para os pratos que fizestes e não senti-la em mim. Por um instante isto me sufoca. Mas o que me sufoca mesmo, é entrar no meu quarto e enxergar minha cama fora de lugar, desde as tardes que vc passava deitada nela, e nela se entregava...Seu corpo descançava, repousava, absorvia, recebia-me toda.
Eu fora traduzida à vc por meios de filtragem...Filtra-se, àquele dia, naquelas tarde todos os meus cheiros, todas as minhas pausas, todos os meus sonos, todos os meus livros, todos os meus toque na parede em que as cores verdes e marrons que see esbarravam...Filtrou toda emoção e sensação que meu quarto te expressava.
Te detinhas. Te guardava ali, dentro, de mim, comigo, e só.


Lembro das noites que me gritavas. Fitavas o teu olhar de desespero e medo dentro de meus instintos. Tão instintivos que lhe abraçavam sem saber como agir. Tão falhos que não passava de uma carência, que tinhas para comigo.

Lembro da madrugada em que vc, em seu quarto e eu no meu, conversávamos e ríamos. Ríamos. Como se a noite não passasse. Como se ela não tivesse fim... Sem contar nas noites em que vc queria dormir e eu queria senti-la presente nas falas...Precisava te escutar de madrugada, no escuro, era tua voz que me guardava, me segurava, me salvava...

E a feirinha? Quantas lembranças...

E esta...Lembrar de vc. Hoje. E saber que pude suportar essa ausência, que já somam quase 1 ano. Como pude? Como pude ser tão insana? Como pude suportar? Eu não entendo. E isso que me mata. Me suga. Como se sugasse tudo o que me liberta. Como se tudo que eu sentisse, não passasse de mais valioso e como se sua falta fosse substituída por outro algo, ou, momento efémero. Como se as coisas perdessem seu valor, como se vc tivesse perdido o valor. E como é amargo pensar nisto. Estar sem vc. Passar...Passar os aniversários de seus filhos sem te-la. Passar o meu aniversário sem te-la. Passar a gravação do gordo sem te-la. Passar a apresentação de recortes da Broadway sem te-la. Passar minha comemoração da Udesc na primeira fase, sem te-la. Passar as atrações de seus filhos artistas, sem te-la. Passar a despedida do Davi ,sem te-la. Passar a minha formatura, sem te-la. E passar a volta do Davi, sem te-la. Passar a decoração do natal sem você...  E agora...Passaremos o natal e o ano novo, sem...Sem teu abraço. Sem teu sorriso. Sem tua ternura. Sem teus toques....Sem vê-la. Sem te-la. Sem você. Ah...




Nos meus vagos pensamentos, nas minhas eternas leituras...E na alta admiração e envolvimento com a arte, tento supera-la. Tento me esconder em cartas,
Em linhas,
Em fotografias,
Em análises, conclusões, críticas...
Tanto me evitar. Pois me evitar é evita-la. Pois a tenho comigo, em tudo. Me vejo vc em sua intensidade. Me vejo vc em ser mulher. Me falta vc, me falta o teu acompanhamento para comigo. E eu odeio essa falta. Odeio. E odeio odiar esse tipo de Odío. Odeio o dia 14, porque ele me foi crucial. Porque ele me mostrou o que era a morte. Porque esse tipo de palavra hoje, me tem de uma outra maneira, porque ele me ensinou a amadurecer, e a continuar sem te-la... Porque esta data não se procrastina...Ela é irremediável. Porque são sentidos...Aliás, não tem nenhum sentido algum, só o sentido de um sentimento que me consome e me destrói. Só si tem uma data, uma dor, uma saudade, uma falta. Essa da qual eu falo e concluo, sem te-la.

sábado, 29 de setembro de 2012


No que me vem...pensar em vc. Es negro, um louco poeta solto e avulso ao interior do estéreo humano. Recita feito bicho feroz e bruto. Es bruto...Bruto no questionar, e deslizar das leituras que os fere e lhe insere auto-aprendizado. Es de cor- tu, es de raça preto. Es carvão.
Não me rola, me enrola, me desfaça em teus lençois da manhã, ou da tarde que são de retorno do café forte e 1/3 fraco e no
s determina olhares, olhares tão serenes que nos invade e nos impulsiona a nos vermos, amanhã, ou... outro dia, quem sabe bata saudade ou vontade. Vontade? Existe é curiosidade de mantermos-nos acesos, permanecemos claros e diretos. Diretos ao ponto de beija-lo e contigo deitar-me. Amor. Amamos- nos. Quer saber: somos amantes do amor, e fascinados pela loucura. Refaças teu artigo e me diga o que fazer, recite mais uma vez, e quero teu devaneio em meu correio real, necessito. Ele me anseia por mais...Do pouco que temos em realizar e simplesmente brincar com nossos dons, e fazer arte com nossas bocas que se esboçam no papel.
Permita-me entrar...
Corra para o espelho e olhe ao redor, estamos sós, e cheios...Cheios de nós, cheios de leituras intermináveis e questionáveis de amor. Lirismo inconscientemente. Mente de escritor, poeta ou contista. Conte-me mais sobre lá, sobre as danças, os famosos e sobre a beleza que lhe cerca desde que se descobri-se carteiro. Carteiro de olhar, carteiro de levar, carteiro de chamar, carteiro para amar. Cartas. Catarse. Vamos, temos mais, mais um pouco, mais um café. Ou, apenas um cigarro...


Até logo...


segunda-feira, 4 de junho de 2012

Pratos teus

Eras tão simples quanto o carinho. Teu olhar era sereno. Teus detalhes sublimes. Tua boca artesã.
Eras como fonte... Dava frutos, causava paz, fazia o amor brotar em que menos se esperava.

Acordavas, observavas. Só. Eras tão séria, intensa, secreta. Decretavas. Chovia com a chuva. Seu calor no frio era absurdo. Tuas canções irradiavam nosso céu. Tua boca era mel. E eu como abelha, sempre de volta, para desfrutar um pouco, mas tão pouco que agora ele me sufoca. Sobre-vivo?
Existias? Agora fica difícil. Parece tanto tempo, parece uma eternidade. Parece que foi um sonho. Parece loucura. Pois é. Só eu a sinto longe. Só, eu sinto sua falta. Só lembro um pouco. São detalhes. Subjetividade de fotografias densas. Me afago no cheiro que ainda guardo, são como o ar. O sinto e não. Como se visse e não. Teu frasco está aqui, em minha comoda. Verde... "Forever".
Nesse charme de dia te refresco em minha mente, fecho os olhos e te tenho me abraçando, de pouquinho, devagar, mansinho. Fica. Permanece. Little Dragon, me ajude. Faça a ausência se estabelecer ausente e traze-la, ela, aqui. Bem aqui. O faças?

E, na chicará de chá se mostrava fina. Com as folhas eras sabida. No teu sorriso...ah, o teu sorriso. Era meu.


(Quando aperta aqui dentro
, te preciso, muito. Te desejo intenso. Me busque. Preciso de teu aconchego, de teus braços. De ti... Saudade,


Mãe.)

domingo, 13 de maio de 2012

Um pouco de saudade.

Teu quadro laranjarado de preto ainda marca tua arte. Tuas flores decorativas ainda estão sobre a comoda. Teus pratinhos de plástico floridos estão expostos e sempre snao vistos e questionados...
Tua fruteira de folha ainda está sobre a pia, lembro-me quando a compramos na feira hippie, vc ficara deslumbrada. A tua cortina ainda está na sala, e o vento continua a faze-la subir e descer, lentamente e às vezes rápido demais que chega a derrubar os anjos de pedra ganhos de nossa ex-querida vizinha.
Tuas mil folhas estão jogadas no armário, e os tapetes me levam aos teus passos...
Agora...

Tua paz
Tua calma
Tua fugacidade
Tua presença,
Se foi...Se foram...Se elevaram ao andar desconhecido e tão falado.

Obs: o relógio rústico que eu te dei parou, parou desde quando vc resolver mexer nas pilhas, e desde então continua em pausa. Só decora. Só te lembra.

Rosa da minha vida!

Saudade do teu abraço.
Sinto que ainda estamos unidas, e isso me faz caminhar...

Eu te amo!

quarta-feira, 15 de fevereiro de 2012

Que nojo de mim. Que nojo da minha falta de atenção para contigo, minha mãe. Que nojo de mim, por estar sempre voando. Que nojo de mim por ter faltando com atenção, e carinho...


"Quando as coisas parecem eternas nós não valorizamos, no seu devido tempo."

NOSSA ULTIMA FOTO!

Quarto (eu)

Mãe,

Agora eu sei. Sei exatamente o porquê daquelas manhãs em que a senhora fazia diferente, no qual a senhora se deitou na minha cama...Sei...A senhora estava me sentindo. Estava me guardando dentro de ti, um pouco mais a fundo. Estava olhando minhas pinturas e analisando as cores que se pareciam contigo de tão belas. Deitada esperando um carinho, que por egoísmo meu, não foi feito.

Estava aqui na sombra do meu verde, sentindo o ar que entrava da janela e escutando meu Changai tocando. Estava talvez, orando. Não sei. Ou talvez também, lembrando de quando nós mudamos para esta casa...De quando você entrou no meu quarto e viu minha obra de arte (risos)...Estava apenas aqui, no meu cantinho, me sentindo...Era isso, me sentindo.
Lembro que me via feliz de -la aqui, mas agora, lembrando disso é mais que felicidade, é eterno. Te vejo agora, aqui, encima de mim, ou em baixo de mim, do meu lado, fragilizada, intensa... Quietinha... Mansa... Você só me queria por perto, precisa me sentir um pouco mais antes de irrrrr... E agora eu entendo, entendo o porquê de estares aqui naquelas manhãs. Já que eu não sucegava, você se encontrou dentro de mim e perto. Aqui. No meu cantinho. Na minha cama. No meu travesseiro. Onde ele serviu de escudeiro.
Lembro da senhora tão miudinha...Deitada aqui. E sinto seu cheiro, na minha blusa de frio em que se cobrirá para esconder sua beleza frágil. Ah, minha mãe, quanta saudade.

Quanta descoberta. Quanta vontade de voltar atrás...Perdoe-me por não ter sido mais alternada ao ponto de estar tão presente, quanto quisera.

Eu te amo, muito.
Beijos (e que eles cheguem no céu)

sábado, 4 de fevereiro de 2012

Hoje eu quero falar das cores. Quero falar de sua imensidão. Falar que um dia sem elas não existe. Elas são hoje. Elas são alma. Elas são chuva. São vento e uma grande ventania...São o detalhe do perdido encontrado pelo artista mecânico. São formosura. Elas são tão doces, tão doce que me lembram um sorriso de uma criança simples. Tão simples que me fazem universializar o campo do interior. Tão interior que me mostram o meu mundo. Tão alternativas que se tornam comuns. Tão comuns que são raras...Raras as formas das quais são sempre trabalhadas. Únicas, eu diria. Únicas e várias, cheias, lotadas. Super lotadas de caridade, genialidade, humor, intensidade, escuridão, e também felicidade. Elas existem, não por acaso e sim por caso de existir. No caso delas não se encontrarem marcam sua existência no existencialismo e interdependencia. Mas quem diria que sempre fora assim? Acredito que elas sempre fazem de tudo para se chocarem, adoram esbarrar umas nas outras, adoram quando são citadas de "Loucas, esquisitas", como dizia Caio. Elas são parentes, parentes de paredes que as limitam por fins lucrativos do nosso governo, ou talvez, por nós mesmos. Elas escolheram alguns e alguns as escolheram...Mas nesta decisão, há um dom, um dom de conhecimento e entretenimento. Há uma possível conexão de meios, vertentes e algumas correntes. Estão laçadas e determinadas por elas mesmo. Essas são as cores. São e me são. Falando em mim, falo por elas e digo: imensidão.

quarta-feira, 4 de janeiro de 2012