segunda-feira, 4 de junho de 2012

Pratos teus

Eras tão simples quanto o carinho. Teu olhar era sereno. Teus detalhes sublimes. Tua boca artesã.
Eras como fonte... Dava frutos, causava paz, fazia o amor brotar em que menos se esperava.

Acordavas, observavas. Só. Eras tão séria, intensa, secreta. Decretavas. Chovia com a chuva. Seu calor no frio era absurdo. Tuas canções irradiavam nosso céu. Tua boca era mel. E eu como abelha, sempre de volta, para desfrutar um pouco, mas tão pouco que agora ele me sufoca. Sobre-vivo?
Existias? Agora fica difícil. Parece tanto tempo, parece uma eternidade. Parece que foi um sonho. Parece loucura. Pois é. Só eu a sinto longe. Só, eu sinto sua falta. Só lembro um pouco. São detalhes. Subjetividade de fotografias densas. Me afago no cheiro que ainda guardo, são como o ar. O sinto e não. Como se visse e não. Teu frasco está aqui, em minha comoda. Verde... "Forever".
Nesse charme de dia te refresco em minha mente, fecho os olhos e te tenho me abraçando, de pouquinho, devagar, mansinho. Fica. Permanece. Little Dragon, me ajude. Faça a ausência se estabelecer ausente e traze-la, ela, aqui. Bem aqui. O faças?

E, na chicará de chá se mostrava fina. Com as folhas eras sabida. No teu sorriso...ah, o teu sorriso. Era meu.


(Quando aperta aqui dentro
, te preciso, muito. Te desejo intenso. Me busque. Preciso de teu aconchego, de teus braços. De ti... Saudade,


Mãe.)

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