quarta-feira, 15 de fevereiro de 2012

Que nojo de mim. Que nojo da minha falta de atenção para contigo, minha mãe. Que nojo de mim, por estar sempre voando. Que nojo de mim por ter faltando com atenção, e carinho...


"Quando as coisas parecem eternas nós não valorizamos, no seu devido tempo."

NOSSA ULTIMA FOTO!

Quarto (eu)

Mãe,

Agora eu sei. Sei exatamente o porquê daquelas manhãs em que a senhora fazia diferente, no qual a senhora se deitou na minha cama...Sei...A senhora estava me sentindo. Estava me guardando dentro de ti, um pouco mais a fundo. Estava olhando minhas pinturas e analisando as cores que se pareciam contigo de tão belas. Deitada esperando um carinho, que por egoísmo meu, não foi feito.

Estava aqui na sombra do meu verde, sentindo o ar que entrava da janela e escutando meu Changai tocando. Estava talvez, orando. Não sei. Ou talvez também, lembrando de quando nós mudamos para esta casa...De quando você entrou no meu quarto e viu minha obra de arte (risos)...Estava apenas aqui, no meu cantinho, me sentindo...Era isso, me sentindo.
Lembro que me via feliz de -la aqui, mas agora, lembrando disso é mais que felicidade, é eterno. Te vejo agora, aqui, encima de mim, ou em baixo de mim, do meu lado, fragilizada, intensa... Quietinha... Mansa... Você só me queria por perto, precisa me sentir um pouco mais antes de irrrrr... E agora eu entendo, entendo o porquê de estares aqui naquelas manhãs. Já que eu não sucegava, você se encontrou dentro de mim e perto. Aqui. No meu cantinho. Na minha cama. No meu travesseiro. Onde ele serviu de escudeiro.
Lembro da senhora tão miudinha...Deitada aqui. E sinto seu cheiro, na minha blusa de frio em que se cobrirá para esconder sua beleza frágil. Ah, minha mãe, quanta saudade.

Quanta descoberta. Quanta vontade de voltar atrás...Perdoe-me por não ter sido mais alternada ao ponto de estar tão presente, quanto quisera.

Eu te amo, muito.
Beijos (e que eles cheguem no céu)

sábado, 4 de fevereiro de 2012

Hoje eu quero falar das cores. Quero falar de sua imensidão. Falar que um dia sem elas não existe. Elas são hoje. Elas são alma. Elas são chuva. São vento e uma grande ventania...São o detalhe do perdido encontrado pelo artista mecânico. São formosura. Elas são tão doces, tão doce que me lembram um sorriso de uma criança simples. Tão simples que me fazem universializar o campo do interior. Tão interior que me mostram o meu mundo. Tão alternativas que se tornam comuns. Tão comuns que são raras...Raras as formas das quais são sempre trabalhadas. Únicas, eu diria. Únicas e várias, cheias, lotadas. Super lotadas de caridade, genialidade, humor, intensidade, escuridão, e também felicidade. Elas existem, não por acaso e sim por caso de existir. No caso delas não se encontrarem marcam sua existência no existencialismo e interdependencia. Mas quem diria que sempre fora assim? Acredito que elas sempre fazem de tudo para se chocarem, adoram esbarrar umas nas outras, adoram quando são citadas de "Loucas, esquisitas", como dizia Caio. Elas são parentes, parentes de paredes que as limitam por fins lucrativos do nosso governo, ou talvez, por nós mesmos. Elas escolheram alguns e alguns as escolheram...Mas nesta decisão, há um dom, um dom de conhecimento e entretenimento. Há uma possível conexão de meios, vertentes e algumas correntes. Estão laçadas e determinadas por elas mesmo. Essas são as cores. São e me são. Falando em mim, falo por elas e digo: imensidão.